terça-feira, 4 de março de 2014

Literatura da arte

Aqui reproduzo a publicação sobre os livros de Leonardo da Vinci: Cadernos de Desenho: Da Vinci - Estudos de Anatomia e da coleção em três volumes do livro Tratado de Pintura, publicados nos sites Comix Book e Art Cmargo.

 Cadernos de Desenho: Da Vinci - Estudos de Anatomia


Nova série de livros sobre Arte mostra o processo de criação dos Grandes Mestres, visando os admiradores dos Clássicos, especialmente aqueles que têm a intenção de desenvolver seus talentos artísticos.

Cada volume da coleção Cadernos de Desenho, que começa a ser publicada pela editora paulistana Criativo, vai apresentar um dos mestres da arte pictórica, como Leonardo da Vinci – Estudos de Anatomia neste número inaugural, o que vale dizer que vão ser editados os esboços e estudos dos artistas mais expressivos desde a Renascença — dos séculos XV e XVI —, chegando até a Art Noveau do início do século passado.

A formação do artista que visa uma futura produção de arte, independente da escola, estilo e gênero que ele venha a abraçar, passa por uma série de “estágios” e entre eles estão a contemplação de obras clássicas e o estudo delas, o que pode ser feito de várias maneiras, como com visitas a museus e mostras de arte e com a leitura de livros especializados. Já os Cadernos de Desenho desta coleção oferecem a oportunidade de um mergulho mais profundo no trabalho dos mestres, mostrando detalhes de obras consagradas ainda na sua forma incipiente, em esboços, e parte dos métodos eles procediam para desenvolver suas técnicas.

Por meio da simples vista do material desta coleção há de se aprender bastante sobre como trabalhavam aquelas pessoas abençoadas com tanto talento, entender o quanto elas se aplicaram para nos legar o melhor da História da Arte, e também há de se embevecer, encantar de prazer os sentidos com sua beleza indescritível.

Tratado de Pintura

Entre as incontáveis obras produzidas por Leonardo da Vinci está o seu Tratado de Pintura, do limiar do século XVI, no auge da Alta Renascença. As obras de arte de Leonardo da Vinci (1452-1519) por si equivalem a um tesouro de valor incomensurável, elas comovem e inspiram os novos artistas de hoje da mesma forma como surpreendiam e emocionavam aqueles que com ele conviveram, além dos inúmeros discípulos que Da Vinci teve em vida. Sobre tudo o que Da Vinci realizou nas suas inúmeras funções no âmbito artístico, ele formulou conceitos e parte dos quais transcreveu em seu Tratado de Pintura, obra que deixou para seus seguidores e estudiosos de sua obra pictórica. Trata-se de um volume acadêmico imenso, em tamanho e importância, que agora a Criativo, editora paulistana dedicada a livros sobre arte e de arte-educação, começa a lançar, iniciando com Preceitos da Pintura, com pesquisa, tradução e adaptação de Fabio Moraes, que organizou essa obra didática e referencial de Da Vinci, inteira, para a presente edição nacional. O interesse por Da Vinci e por sua obra deve ser completado com o conhecimento de seus escritos — ao lê-los, o estudante de arte pode ter uma noção exata sobre como os artistas da época de Da Vinci consideravam a arte, com um olhar profundamente humanista. Também é possível compreender o ambiente cultural e social complexo que produziu algumas das mais importantes obras artísticas da humanidade. O livro é ilustrado por desenhos do mestre e acompanha uma biografia para melhor situar Leonardo da Vinci, a escola de Florença e tudo que cercou o período artístico mais intenso e fértil da história ocidental.

O Tratado de Pintura de Leonardo da Vinci foi a obra que o mestre escreveu no século XVI, registrando todos os seus conhecimentos teóricos acerca da arte que o imortalizou.

Ao todo, o Tratado de Pintura tem cerca de 300 páginas e perto de 400 preceitos que versam sobre variados temas como: desenho, pintura, perspectiva, anatomia, cor, composição, natureza, luz e sombra, além de conceitos filosóficos e estéticos.

A bibliografia sobre Da Vinci tem uma inexplicável lacuna em língua portuguesa: o Tratado de Pintura não havia, até então, recebido nenhuma tradução em português — agora, ele está sendo publicado em três volumes de 96 páginas cada um, com pesquisa, tradução e direção de arte de Fabio Moraes, sendo que o primeiro volume, Preceitos da Pintura, foi recentemente editado. Na tradução, o estilo e a narrativa originais foram preservados, mantendo a beleza dos manuscritos.

Uma parte dos preceitos deste volume II trata das proporções do corpo humano, em detalhes mínimos, o que comprova a visão humanista que Leonardo e outros luminares da Renascença tinham da arte; outra parte, fala especificamente de materiais usados na produção de arte e isso acrescenta um viés curioso à obra, visto que os próprios mestres os pesquisavam, produziam e descobriam o melhor uso deles a fim de obter os resultados desejados — isso fica bem ressaltado nos preceitos de Da Vinci, como “aulas” aos seus seguidores.

Cada volume do Tratado de Pintura traz importantes textos complementares, e neste segundo volume temos a complexa e curiosa história do próprio tratado, por onde ele “andou” desde as primeiras compilações dos manuscritos originais, passando pelo aparecimento do importante Codex Urbinas Latinus, em 1651, até a edição impressa realizada em 1817, quase como o conhecemos hoje.


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