domingo, 31 de agosto de 2014

Martim Codax e os vinhos Albariños

“Os vinhos são como os homens: com o tempo, os maus azedam e os bons apuram” Cícero
As pessoas envelhecem como vinho. Com o passar dos anos ou ficam doces ou azedam... e as que azedam é por falta de rolha!Fabíola de Fable sobre si mesma.
Publicado por Fernanda Jimenez, no blog literário Falando em Literatura:

Eu sou praticamente leiga em vinhos, sou do tipo que compra pelo rótulo, pela garrafa (os vinhos que têm o fundo côncavo são os melhores, vinhos com denominação de origem certificada, fora os selos que garantem a qualidade), pelo teor alcóolico (procuro sempre os mais baixos) e também pelo nome. E comprando pelo nome, comecei a observar que existem rótulos com títulos bem interessantes, inclusive com poemas:

É ou não é um vinho com poesia? Agora falta provar.
Os vinhos Albariños são da Galícia e os galegos, além do espanhol, falam também o idioma galego. Virando a garrafa, olha a surpresa, um poema lírico trovadoresco de Martín Códax, século XIII:

Fácil de entender, não? Muito parecido com o português.
Martin Códax foi um trovador galego, escreveu cantigas de amigo, no tempo em que as poesias eram feitas para serem cantadas. Códax provavelmente era de Vigo e nos deixou sete cantigas, que foram encontradas por acaso na biblioteca pessoal de Paulo Vindel, em 1914. O pergaminho estava dentro de um livro do filósofo Cícero. Pouco se sabe quem foi o trovador, mas sua obra lírica galaico-portuguesa é de grande valor histórico. No pergaminho de Codáx, além dos poemas, também estão as partituras musicais. As mesmas notas estão reproduzidas na rolha do vinho Códax:


Alma do vinho assim cantava na garrafa:
“Homem, ó deserdado amigo, eu te compus,
Nesta prisão de vidro e lacre em que se abafas,
Um cântico em que só há fraternidade e luz!”

(Charles Beaudelaire, do poema L Âme du Vin)

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Destaques literários/Agosto'14

A Raposa Preppie  traz novos destaques para leitores infantis nesse mês de agosto.

Romance da Raposa – Aquilino Ribeiro, com ilustrações de Benjamin Rabier
«Aquilino Ribeiro (1885-1963), prosador de uma riqueza lexical só comparável à de Camilo Castelo Branco, é um dos autores mais emblemáticos da Bertrand Editora. As suas obras, de fortes tons picarescamente realistas e rara intensidade sensorial, retratam ambientes genuinamente portugueses e gentes rudes e voluntariosas. Prosseguindo o seu constante labor de dar a conhecer às novas gerações os mais talentosos escritores do seu catálogo, a Bertrand relança agora Romance da Raposa (1924). Trata-se de uma narrativa infantil de requintado virtuosismo estilístico, aqui numa edição em que se substituíram as ilustrações a preto e branco (utilizadas a partir dos anos de 1960) pelas originais a cores, da autoria de Benjamin Rabier. Uma solução plástica que se adequa na perfeição à fábula e que faz deste livro um objeto único.

Esta edição de Romance da Raposa é, pois, um regresso à versão original de um livro que gerações e gerações de crianças portuguesas leram.

Óscar e o león de Correos - Vicente Muñoz Puelles com ilustrações de Noemi Villamuza
Edição em galego desse conto infantil da Editora espanhola Anaya, Série Sopa de Livros. Esperemos com toda paciência que nos chegue uma edição em português.