domingo, 24 de junho de 2018

Aforismos e curiosidades sérios ou não

Albert Einstein, assim como outros famosos, era disléxico. Segundo especialistas, o QI (Quociente de Inteligência) acima da média é uma das características da dislexia.  Napoleão Bonaparte tinha um pênis de 3,8 cm.

Assim prepare-se para alguns aforismos e curiosidades que A Raposa Preppie trouxe para vocês. E viva São João...
"Felicidade é realizar na fase adulta os sonhos da juventude." Léon Blum
"O que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesmo." Clarisse Lispector
"Até hoje não houve filósofo que padecesse pacientemente de uma dor de dente." William Shakespeare
"Ninguém fica com raiva sem razão, mas raramente essa razão é boa." Benjamin Franklin
"Don't try anything funny!" (Não tente nada engraçado) Rhubella Marie Rat

Ainda sobre a situação que se descortina no país e no mundo, me vejo obrigado a citar o livro "1984 " de George Orwell : "Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado".

sábado, 23 de junho de 2018

Poemas galegos

Aproveitando os festejos de San Xoán, día moi especial en Europa e unha das máis importantes festas juninas no Brasil, esta edición do blog A Raposa Preppie está dedicada a poetisa galega Helena Villar Janeiro co seu poema Noite de San Xoán.

Aproveitando os festejos de São João, dia muito especial na Europa e aqui uma das mais importantes festas juninas, essa edição do blog A Raposa Preppie é dedicada a poetisa galega Helena Villar Janeiro com seu poema Noite de San Xoán.


“Salto por enriba do lume de San Xoán,
para que non me trabe nin cobra nin can”
Popular
Vas pasar hoxe a noite de San Xoán,
señardade do lume,
agoiros de perigo na auga avolta.

Sobre a tona do río non nacen sabugueiros
e ovos, se os atopases,
serían chocos dunha serpe anfibia
reminiscencia inmunda doutro edén
no que naceu a culpa.

¿Onde buscar as noites que non son,
as que non houbo quen tornase a tempo,
todas as que deixamos de vivir
porque pasaron lonxe
aínda levando dentro
o que nunca quixemos
nin sentimos?

O río está tan orfo coma ti
da abenzoada flora
que che mantivo a crenza
dunha resurrección en albas puras
emerxendo das augas perfumadas.

Silva macha, fiuncho,
fieito, espantademos,
codeso, malva, menta,
verbena, herba abelleira,
néveda, trevo, cálsamo,
aquilea e romeu.

Non podes estoupar
os tróqueles inflados
no rito que te envolve
xogando a vida entre a dixitalina
da divina inconsciencia.

Para atopar a noite de San Xoán
perdida por algures,
vívea en vixilia
mentres chega o albor.

Daquela inclínate
a mirarte nas augas que atravesas
e agardan a túa imaxe serenada.

E seguirás a verte
como inda fuches onte.

Sempre a resurrección é procurada
pero tan só se cumpre no desexo.


H.V.J (Remontar o río, 2014)

domingo, 17 de junho de 2018

O que é um sistema onomástico nos nomes?

Sistema onomástico é o conjunto de regras legais ou consuetudinárias (da tradição) que um país (ou uma cultura) adota para dar nomes às pessoas e às coisas. Aqui vou abordar apenas do sistema de nomes próprios pessoais, os antropônimos.

A Islândia adota um sistema quase que puramente patronímico, ou seja, o "sobrenome" do filho faz referência ao prenome do pai:

- "Samúel Friðjónsson" significa que Samúel é filho de Friðjón.
- "Aron Gunnarsson" significa que Aron é filho de Gunnar.

Se Samúel tiver um filho chamado Gunnar, o nome completo dele será "Gunnar Samuelsson".
Se Aron tiver um filho chamado Friðjón, o nome completo dele será "Friðjón Aronsson".
Se for uma menina chamada Sigríður filha de Samuél, será "Sigríður Samúelsdóttir". Se for filha de Aron, "Sigríður Aronsdóttir".

Notem que "-son" está para "filho" e "-dóttir" está para filha, cognatos das palavras inglesas "son" e "daughter".

E qual é a peculiaridade da Islândia? É o único país de cultura ocidental a manter esse sistema puramente patronímico, não havendo "sobrenomes" propriamente ditos, pois ele é trocado a cada geração. Várias outras culturas europeias adotavam esse sistema, que foi abolido em épocas distintas ao logo da História.

Nos países ibéricos, Portugal e Espanha, a desinência patronímica é o "-es" nos sobrenomes portugueses e o "-ez" nos espanhóis. Assim, "Rodrigo Antunes" era o Rodrigo filho do António. E o Nuno filho do Rodrigo era o "Nuno Rodrigues". E o Marcos filho do Nuno era o "Marcos Nunes". E o Vasco filho do Marcos era o "Vasco Marques". E o Martim filho do Vasco era o "Martim Vasques" (ou Vaz). O Pedro filho do Martim era o "Pedro Martins". E assim sucessivamente até que em um determinado momento o patronímico se "congelou" e tornou-se um sobrenome como hoje conhecemos.

Na Itália, o sistema era um tanto mais complexo, mas há paralelos. A forma mais evidente é o uso da preposição "Di" (ou "De"). "Giovanni Di Luca" era filho do Luca. O Pasquale filho do Giovanni era "Pasquale Di Giovanni". Outra forma patronímica tipicamente italiana são os sobrenomes que terminam em "-i" (apenas uma parte deles, não todos!): na frase em latim, Pietro filho de Martino é "Petrus filius Martini" (caso genitivo). Com o tempo perdeu-se o "filius" e sobrou apenas o "Martini".
De uma forma bem "grossolana" (grosso modo), pode-se dizer que a forma patronímica com "Di" ou "De" é mais comum no centro-sul da península itálica, enquanto que a desinência "-i" é mais recorrente do centro (Úmbria, norte do Lácio, Toscana) até o norte.

Muitíssimos sobrenomes vênetos perderam o "-i" por influência das características fonéticas da língua vêneta, daí Martin, Pavan, Meneghel, Visentin etc. Lembrando que a desinência "-i" nem sempre era patronímica, muitas vezes originadas de outras motivações onomásticas.

Por fim, na Rússia atribui-se um "nome do meio" (Отчество, Otchestvo) que é patronímico, mas esse nome do meio NÃO é o sobrenome da família, mas apenas um nome "cerimonial" da tradição. O presidente da Federação Russa chama-se "Vladimir Vladimirovič Putin". O sobrenome fixo nas gerações é Putin e ele não muda. O patronímico cerimonial (Отчество) é Vladimirovič pois o pai dele se chamava Vladimir, que por acaso é o mesmo nome dele. Portanto, suas duas filhas se chamam PRENOME + Vladimirovna + Putina. O sobrenome é Putina, pois é Putin flexionado em gênero.

Portanto, a diferença é que na Islândia existe um sistema onomástico patronímico puro em que os "sobrenomes" trocam a cada geração. Na Rússia o sobrenome é fixo e apenas o elemento cerimonial (Отчество) que muda.

São Tomás de Aquino e suas obras

Santo Tomás de Aquino é uma das personalidades mais importantes da filosofia medieval. Influenciou profundamente o pensamento do Ocidente por ter elaborado uma síntese da filosofia antiga e da doutrina cristã, através de um grandioso esforço especulativo, no qual razão e fé se harmonizam e filosofia e teologia se complementam. Chamado de Doutor Angélico e de Príncipe da Escolástica, Santo Tomás de Aquino foi canonizado em 1323 e proclamado Doutor da Igreja em 1567.

Uma das obras que Tomás de Aquino organizou foi a Catena Áurea a pedido do Papa Urbano IV, no final de 1262 e início de 1263. A intenção era apenas compilar os comentários dos Padres da Igreja aos Evangelhos, mas o Aquinate decidiu organizá-los numa exposição contínua, versículo por versículo, o que permite uma leitura sem interrupção, como se tudo emanasse de um único autor. A Catena é uma obra de considerável importância tanto pela originalidade da exposição quanto pela riqueza e quantidade das citações patrísticas reunidas. É composta por comentários de 57 autores gregos e 22 latinos, alguns ainda desconhecidos na época.

Neste primeiro volume, Santo Tomás compilou os textos patrísticos referentes ao Evangelho de Mateus.

domingo, 10 de junho de 2018

Morre uma professora...


O seguinte relato é descrito por uma professora no facebook (manteremos, por ética, ao anonimato), é um relato dentre muitos docentes que a muitos anos tem sofrido com as constantes desestímulos na educação, desde governos corruptos até mesmo dos próprios familiares.

"Entrei na graduação em História visando mudar para Jornalismo. Em meados do 1° período me apaixonei pelo curso. Desisti da ideia de mudar de faculdade. No 3° período me apaixonei de novo, agora pela docência. Uma paixão que foi se consolidando o resto da graduação.

Fui trabalhar numa escola X dentre as quatro instituições que já trabalhei. Me dediquei com tudo que aprendi nas aulas da faculdade. Eram maquetes, análise de fontes, debates e etc. Trabalhei com os mais variados tipos de materiais. Filmes, fotografias, desenhos animados, HQs e muitos outros. Cheguei a pagar alguns materiais do meu bolso como canetas de quadro, cartolinas e Xerox.
A escola começou a atrasar os salários. Cheguei a passar 2 semanas implorando por um vale de 50 reais. Minha dispensa esvaziou, meu nome "sujou".

A diretoria sumiu por mais de um mês. Nenhuma satisfação. Quando reapareceram, alegaram falta de dinheiro. As desculpas vieram acompanhadas de ameaças sutis.

"Se vocês entrarem na justiça, não vão receber nada." Ouvi em uma reunião com outros professores.

Eu não podia abandonar as turmas, tinha começado um projeto e os alunos me davam retorno, as notas eram ótimas. Profissionalmente eu estava muito realizada. Mas, o desespero foi aumentando e as noites de insônia começaram a ser frequentes.

Três meses sem salário. Não suportei e pedi demissão. Me despedi das turmas em meio a alunos chorosos enquanto eu mesma segurava o choro. Comuniquei minha decisão a direção e ouvi um “Tudo bem, colocaremos outro professor no seu lugar” enquanto uma pilha de currículos era folheada na minha frente.

Em outras palavras “Você e seu trabalho são descartáveis”. Mesmo assim, minha ética falou mais alto e deixei tudo impecável. Diários devidamente preenchidos, notas devidamente lançadas. Nada pendente. Passei o mês seguinte ligando e indo a escola pra cobrar meus salários. Pararam de me atender e me receber.

Entrei com um processo trabalhista. Na audiência eles apresentaram um RECIBO DE PAGAMENTO FALSO COM MINHA ASSINATURA. Eu nunca recebi aquele valor, nunca assinei aquele recibo. Falei isso durante a audiência.
Saiu a sentença. O recibo falso foi aceito e minha causa foi dada como improcedente.

Perdi três meses de trabalho e a minha dignidade profissional.

É isso gente. Não existe diálogo entre trabalhador e patrão. Não existe justiça pra classe assalariada. Não existe mais nada além da incerteza da justiça.

Professor tem vida pessoal, gente. Professor paga contas. Professor come. Professor trabalha fora de sala preparando a aula do dia seguinte. Salário não é um favor. É o dever do empregador para com o empregado.

Não volto mais às salas de aula. Me recuso a passar por essa humilhação de novo.

Hoje eu me sepultei profissionalmente e estou enfrentando o luto.
Hoje morreu uma professora.

PS.: Ainda tenho que pagar os honorários do advogado da escola.
Porcaria de reforma trabalhista."