sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Um comentário sobre "A Tabuada da Bruxa"

Não é bem essa bruxinha!
Editado como livro infantil, esse pequeno poema com números de um a dez pode não ter, traduzido, a força que tem, a meu ver, no original em alemão:

"Du mußt verstehn!
Aus Eins mach’ Zehn,
Und Zwei laß gehn,
Und Drei mach’ gleich,
So bist Du reich.
Verlier’ die Vier!
Aus Fünf und Sechs,
So sagt die Hex’,
Mach’ Sieben und Acht,
So ist’s vollbracht:
Und Neun ist Eins,
Und Zehn ist keins.
Das ist das Hexen-Einmal-Eins!"

Tradução de poesia sempre é difícil. Mas atenção: temos um grande autor da literatura universal, um ilustrador alemão, Wolf Erlbruch, que também é autor infantil, uma importante tradutora brasileira, e uma edição impecável de uma importante editora que revolucionou o mercado editorial brasileiro, a Cosac Naify (que, infelizmente, anunciou seu fim em 2015). E ainda, um poema retirado de uma grande obra, o "Fausto". Ingredientes para fazer do livrinho uma pequena obra prima, que pode servir também de apresentação a Goethe.

Algumas obras de Wolf Erlbruch:

1.  A grande questão
2. 
 O pato, a morte e a tulipa
3. 
 A tabuada da bruxa
4. 
 A criação

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Homenagem d'A Raposa Preppie ao Dia Nacional do Cordel

Dedicaremos o dia de hoje com uma publicação do cordel em homenagem a Biblioteca Comunitária da Prainha. Este é um pequeno cordel publicado pelo Cordelsign, um projeto da ESDI/UERJ em colaboração com a dita biblioteca, localizada no Beco João Inácio, número 11, Saúde.

Cordel da Biblioteca Comunitária da Prainha

Comecemos pelo prefácio
Era uma vez um menino, o João Inácio
Com vontade de aprender
Sem livro nenhum pra ler

Ansioso e afobado,
João Inácio encucado,
Resolveu ir procurar
Os livros em algum lugar

À sua mãe, perguntou primeiro,
- Mãe, lês mais que um letreiro?
Ela logo respondeu
- Leio revista, filho meu.

Insastisfeito, João foi atrás de sua vó
Procurando livros por si só
Ouvindo a mesma pergunta, disse a velha sapeca
- Na minha época, existia biblioteca

Instigado pela resposta
João se fez uma proposta
Buscar pela cidade maravilhosa
A tal biblioteca misteriosa

Duas semana se haviam passado
João, exaurido, a biblioteca não tinha encontrado
Até que um dia, no morro da Conceição
João teve uma visão

Era a Biblioteca Comunitária da Prainha
Ao lado de uma escola, e bem pequenininha
Curioso, adentrou
E com um mundo novo se deparou

Muitos livros e possibilidades
Mas vazia e sem vitalidade
Foi assim e sem vitalidade
Foi assim que decidiu João:
- Vou fazer dessa biblioteca uma grande atração!

quarta-feira, 20 de julho de 2022

A tabuada da bruxa

A tabuada da Bruxa, por Wolf Erlbruch.


Para acompanhar o intrigante texto de j. W. Goethe, W. Erlbruch criou um universo mágico e enigmático por meio de imagens. Em sua obra-prima - o texto Fausto, uma tragédia -, o autor alemão Johann Wolfgang von Goethe propõe uma cena inusitada: em uma cozinha, a bruxa prepara um elixir da juventude para o herói.

E na feitura da poção entoa uma tabuada sem pé nem cabeça, uma forma divertida - e um tanto maluca - de se apresentar os números. Vários especialistas se ocuparam em esclarecer o poemeto, e as tentativas foram em vão. Mas, o próprio autor sugere que a mera tentativa em decifrá-lo acabaria com a magia.

Depois de 150 anos, o ilustrador Wolf Erlbruch - vencedor do prêmio Hans Christian Andersen 2006 - teve uma ideia para lá de original. Contar, à sua maneira, esta tabuada às avessas. Por meio da ilustração, criou para cada verso uma historieta, uma leitura livre e lúdica da obra.




Ao que tudo indica, foi buscar ajuda no chapéu do feiticeiro, e tirou dele um coelho que percorrerá todo o livro em busca do número mágico. Como está descrito no verbete do catálogo White Ravens, "como Fausto, Wolf Erlbruch se deixou inspirar pelo encanto confuso da bruxa, pela arte diabólica de dobrar, pender e transformar um objeto em outro.

Em suas mágicas ilustrações, as crianças podem encontrar personagens inusitados e estranhos lugares, objetos variados e misturados da esquerda para a direita, de cima para baixo, torcidos e transformados em ação e perspectiva". à tradução imagética deste nonsense, alia-se a meticulosa tradução de Jenny Klabin Segall a este clássico da literatura, agora em versão infantil.

domingo, 17 de julho de 2022

Oração para o Jesus das Ruas (O Jesus dos excluídos)

"Porque tive fome, e me destes de comer;
tive sede, e me destes de beber;
era peregrino, e me acolheste;
nu, e me vestistes;
enfermo, e me visitastes;
estiva na prisão e viestes a mim.

Perguntar-lhe-ão os justos:
'Senhor, quando foi que te vimos com fome,
e te demos de comer?
Com sede e te demos de beber?
Quando foi que te vimos peregrino,
e te acolhemos;
nu, e te vestimos?
Quando foi que te vimos enfermo,
ou na prisão, e te fomos visitar?'

Responderá o Rei:
'Em verdade vos declaro: todas as vezes que
fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos,
foi a mim mesmo que o fizestes.'"

Mt 25, 35-40

A estátua (altura 17cm base 13 x 17) é feita de Marmorez, uma mistura de resina e pó de mármore, o que traz durabilidade, leveza, e destaca cada detalhe valorizando o acabamento da imagem. Foi projetado para ambientes internos e externos, onde pode ficar exposto às ações do clima como sol, chuva, vento e ainda assim sua qualidade e beleza estarão preservadas. Lembrando que parte da receita das vendas desta imagem será revertida para a Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo. Apoie esta causa e ajude muitas pessoas em situação de vulnerabilidade!

domingo, 10 de julho de 2022

Bom Domingo!

DOMINGO

Todo domingo é assim 
a gente se ama na rua
e o dia parece não ter fim. 

É dia de fazer o que quiser
com limites ao vento
e a vida pro que der e vier. 

Chico Pinto


domingo, 26 de junho de 2022

Mozart assassinado

“O que me atormenta, as sopas populares não remediam. O que me atormenta não são essas faces escavadas nem essa feiúra. É um pouco, em cada um desses homens, Mozart assassinado”

Saint Exupéry

Em “Terra dos homens”, o autor faz uma condenação humanística sobre as desigualdades sociais e o abandono da alma humana pelas políticas sociais na Europa de sua época. Ao falar da filosofia do jardineiro, chega à conclusão que há jardineiros para fazer belos jardins, mas “não há jardineiros para os homens”.

* Parte desse teto foi extraído do texto da Revista Aldeia: "Máquina de entortar homens" de Rejane Martins Pires, 08/03/2017

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Poema de junho '22

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas, 
Ama as tuas rosas. 
O resto é a sombra 
De árvores alheias. 

A realidade 
Sempre é mais ou menos 
Do que nos queremos. 
Só nós somos sempre 
Iguais a nós próprios. 

Ricardo Reis (Fernando Pessoa)

domingo, 8 de maio de 2022

Resenha das obras de C. S. Lewis

O romance atemporal sobre uma viagem de ônibus do Inferno para o Céu. 

"Em O grande divórcio, C. S. Lewis novamente emprega seu formidável talento para fábulas e alegorias. O escritor se encontra no Inferno embarcando em um ônibus com destino ao Paraíso. A incrível oportunidade é que, quem quiser ficar no Céu, fica. Este é o ponto de partida para uma meditação extraordinária sobre o bem e o mal, a graça e o julgamento. A ideia revolucionária de Lewis é a descoberta de que os portões do Inferno estão trancados por dentro. Nas próprias palavras de Lewis, "Se insistirmos em manter o Inferno (ou mesmo a terra), não veremos o Céu: se aceitarmos o Céu, não seremos capazes de reter nem mesmo as menores e mais íntimas lembranças do Inferno."

"Eu li Lewis para conforto e prazer muitos anos atrás, e uma olhada nos livros reaviva minha antiga admiração." - John Updike

"Se sagacidade e sabedoria, estilo e erudição são requisitos para passar pelos portões de pérolas, o Sr. Lewis estará entre os anjos." - The New Yorker

"C. S. Lewis é o persuasor ideal para os que estão em dúvida, para o homem bom que gostaria de ser um cristão, mas percebe seu intelecto atrapalhando. " - New York Time Book Review

"Lewis, talvez mais do que qualquer outro escritor do século xx, forçou aqueles que o ouviam e liam suas obras a confrontarem suas próprias pressuposições filosóficas. " - Los Angeles Times.

Escrito após a trágica morte de sua esposa como uma forma de sobreviver aos momentos insanos do meio da noite, A anatomia de um luto é a reflexão honesta de C. S. Lewis sobre as questões fundamentais da vida, morte e fé em meio à perda. Esta obra contém as reflexões precisas e genuínas de Lewis sobre aquele período: Nada menos demoverá um homem? ou pelo menos um homem como eu? de seu pensamento meramente verbal e de suas crenças meramente nocionais. Ele tem de ser nocauteado antes de cair em si. Apenas a tortura revelará a verdade. Somente sob tortura ele mesmo a descobre. Este é um registro belo e inflexivelmente honesto de como até mesmo um crente firme pode perder todo o senso de significado no universo, e de como ele pode gradualmente se recompor.

Surpreendente e profético, A abolição do homem é um dos livros mais debatidos de C.S. Lewis. Nas poucas, porém densas páginas desta obra, o célebre autor britânico defende a moralidade absoluta e os valores universais, como o altruísmo, a caridade e o amor, além de expor as consequências da falta desses princípios na sociedade. Criticando os argumentos dos relativistas, a obra – agora em nova edição – alerta para os perigos de questionar os valores morais objetivos, comuns a todos, sem os quais os seres humanos correm o risco de perder a humanidade. Com bases sólidas e profundas, Lewis mostra que a tentativa de abolir a moralidade equivale, no fim, a abolir o próprio homem, e convida os leitores a não se render à tendência relativista que permeia a sociedade contemporânea.

Sobre C. S. Lewis

Clive Staples Lewis (1898-1963) foi um dos gigantes intelectuais do século XX e provavelmente o escritor mais influente de seu tempo. Era professor e tutor de Literatura Inglesa na Universidade de Oxford até 1954, quando foi unanimemente eleito para a cadeira de Inglês Medieval e Renascentista na Universidade de Cambridge, posição que manteve até a aposentadoria. Lewis escreveu mais de 30 livros que lhe permitiram alcançar um vasto público, e suas obras continuam a atrair milhares de novos leitores a cada ano.

quinta-feira, 5 de maio de 2022

Sobre o Cristo crucificado, por São Tomás de Aquino

 "E se Ele deu a vida por nós, então não deve ser difícil suportar quaisquer dificuldades que surjam por causa dele. Se você buscar paciência, não encontrará melhor exemplo do que a cruz".

São Tomás de Aquino



sábado, 30 de abril de 2022

A Chacrinha do Imperador e o estádio do Vasco da Gama

Acima, a imagem do quadro, guardado no Centro de Memória do Vasco da Gama, uma das únicas imagens de como era o terreno conhecido como Chacrinha do Imperador, onde foi contruído o estádio de São Januário. Abaixo, o estádio ainda em construção, sendo inaugurado no dia 21 de abril de 1927 com o jogo entre Vasco e Santos.


Houve uma grande solenidade no local antes do confronto, com a presença de autoridades da época. Os refletores só foram inaugurados cerca de um ano depois.

sábado, 2 de abril de 2022

Nada acontece duas vezes

Nada acontece duas vezes
nem acontecerá. Eis nossa sina.
Nascemos sem prática
e morremos sem rotina.

Mesmo sendo os piores alunos
na escola deste mundão,
nunca vamos repetir
nenhum inverno nem verão.

Nem um dia se repete,
não há duas noites iguais,
dois beijos não são idênticos,
nem dois olhares tais quais.

Ontem quando alguém falou
o teu nome junto a mim
foi como se pela janela aberta
caísse uma rosa do jardim.

Hoje que estamos juntos,
o nosso caso não medra.
Rosa? Como é uma rosa?
É uma flor ou é uma pedra?

Por que você tem, má hora,
que trazer consigo a incerteza?
Você vem – mas vai passar.
Você passa – eis a beleza.

Sorridentes, abraçados
tentaremos viver sem mágoa,
mesmo sendo diferentes
como duas gotas d’água.

(Wisława Szymborska, Um amor feliz)

terça-feira, 29 de março de 2022

Biografias de don Isaac Abravanel

Esse livro só existe em inglês.
Don Isaac Abravanel (1437-1508) foi um dos grandes inventores da modernidade judaica. Um comerciante, banqueiro e financista da corte, um estudioso versado em escritos judaicos e cristãos, um pregador e exegeta, um ator político proeminente em comitivas reais e comunidades judaicas, Abravanel foi um dos maiores líderes e pensadores do judaísmo ibérico no rescaldo da expulsão de 1492. Este livro, a primeira nova biografia intelectual de Abravanel em vinte anos, descreve sua vida em três ambientes culturais - Portugal, Castela e Itália pós-expulsão - e analisa suas principais realizações literárias em cada período. Abravanel era um tradicionalista com ideias inovadoras, um homem com um pé na Idade Média e outro no Renascimento. Estudioso erudito, autor de uma obra exegética monumental que ainda hoje se estuda, e ávido colecionador de livros, foi uma figura de transição, definida por uma época de contradições. No entanto, são essas mesmas contradições que o tornam uma personalidade tão importante para a compreensão do alvorecer da modernidade judaica.

A origem aristocrática de Silvio Santos

Você sabia que Sílvio Santos é o nome artístico de Senor Abravanel, filho de um casal de imigrantes sefarditas otomanos. A família Abravanel é um dos mais antigos e destacados clãs judeus e já constava como uma das famílias mais importantes da Península Ibérica desde a Baixa Idade Média.

Sílvio Santos é decaneto de Isaac Abravanel — o mais célebre patriarca da família, que alegava descender do bíblico Rei Davi. Estadista e fnancista, Isaac prestou serviços à coroa portuguesa e ajudou a financiar as Grandes Navegações e a colonização das Américas.

Placa em homenagem a Isaac Abravanel

Perseguidos após a promulgação do Decreto de Alhambra, os Abravanel se espalharam pelo mundo, mas o peso da origem nobre do sobrenome os acompanharia. Em Tessalônica, o sobrenome virou parte um adágio ladino indicativo de status: "basta dizer que meu nome é Abravanel".

Sílvio Santos, entretanto, julgaria mais prudente escamotear a origem aristocrática da família sob um nome artístico popular - estratégia condizente com o mito do "self-made man", o homem humilde que perseverou e enriqueceu através do trabalho.

domingo, 20 de março de 2022

Conheçamos o nosso Cabo Bojador e atravessá-lo-emos

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena. 
Quem quer passar além do Bojador* 
Tem que passar além da dor. 
Deus ao mar o perigo e o abismo deu, 
Mas nele é que espelhou o céu. 

Fernando Pessoa

Conheçamos então e nosso mar bojador para atravessa-lo.

sábado, 26 de fevereiro de 2022

Curiosidades sobre o rococó

O Rococó foi um movimento artístico, surgiu na França no século XVIII, se estendendo até meados de 1789, ano em que houve a Revolução Francesa. Abrangia vários segmentos como a música, arquitetura, escultura e pintura. Também esteve presente no vestuário, onde eram comuns entre os homens, calças até o joelho com meias brancas por baixo, além do uso de colete e casaca, já as mulheres usavam vestidos com grande volume lateral. Era frequente também o uso de bordados, renda e laços, além de perucas.



quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Certezas sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia

"Não é a primeira. Antes dela
 Houve outras guerras. 
Quando a última terminou 
Havia vencedores e vencido. 
Entre os vencidos o povo miúdo 
Sofria fome. Entre os vencedores 
Sofria fome o povo miúdo."

(Bertold Brecht)

"Hoje a Alemanha declarou guerra à Rússia. De tarde fui nadar." (Kafka, Franz em 1914)

"A guerra é um lugar onde os jovens que não se conhecem e não se odeiam se matam entre si, por decisão de velhos que se conhecem, se odeiam mas não se matam". (Erich Hartmann)

sábado, 5 de fevereiro de 2022

Destaques literários Fevereiro '22

Em um dia como este, no ano de 1826, era publicado o livro “O Último dos Moicanos”, de James Fennimore Cooper, considerado um dos responsáveis pela tradição literária dos Estados Unidos. Cooper publicou muitas histórias que tratam da formação do povo dos EUA, brancos de origem britânica, em constante conflito com os nativos e os franceses. A trama do livro combina heroísmo e romance com uma crítica poderosa da destruição da natureza e da tradição. No cenário, estão as lutas entre americanos, franceses e índios, em 1757, no que ficou conhecido como a Guerra dos Sete Anos. A obra já foi adaptada ao cinema e à TV em várias ocasiões. #HojeNaHistória


quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Fragmentos

Chico Buarque e Marieta Severo

"Todo dia ele faz diferente Não sei se ele volta da rua Não sei se ele traz um presente Não sei se ele fica na sua"... Chico Buarque de Holanda

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

A Folhinha do Sagrado Coração de Jesus

Desde 1940 os lares brasileiros contam com uma convidada especial no seu dia a dia: a Folhinha do Sagrado Coração de Jesus, publicada pela editora Vozes. Além do prático calendário, traz também diversas informações como mensagens, receitas culinárias, humor, lembretes de datas comemorativas, dicas, pensamentos e etc.

Edição comemorativa de 80 anos do calendário.

domingo, 2 de janeiro de 2022

Segunda após ano novo

Clarice Lispector e Carolina de Jesus

Segunda-feira é mais difícil porque é sempre a tentativa do começo de vida nova. Façamos cada domingo de noite um réveillon modesto, pois se meia noite de domingo não é começo de Ano Novo é começo de semana nova, o que significa fazer planos e fabricar sonhos.

Clarice Lispector