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Lenin e Clara Zetkin. |
Uma das raízes do fascismo está no retardamento da revolução mundial
pela atitude traiçoeira dos líderes reformistas. Grande parte da pequena
burguesia, incluin
do até as classes
intermediárias, sob condições favoráveis, cultivam certa simpatia pelo
socialismo reformista, esperando que este provoque algumas reformas
sociais por vias democráticas. Ficaram, no entanto, desapontados em suas
esperanças. A pequena burguesia e as classes intermediárias podem agora
ver que os líderes reformistas estavam em acordo benevolente com a
grande burguesia, e o pior de tudo é que elas perderam a fé não apenas
nos líderes reformistas, mas no socialismo como um todo. Essas massas de
simpatizantes socialistas decepcionados são acompanhadas por grandes
círculos do proletariado, de trabalhadores que desistiram de sua fé não
apenas no socialismo, mas também em sua própria classe. O fascismo se
tornou uma espécie de refúgio para os politicamente sem abrigo. Para ser
justo, deve-se dizer que os comunistas também levam parte da culpa pela
deserção desses elementos para as fileiras fascistas, porque nossas
ações, por vezes, não conseguiram agitar as massas profundamente o
suficiente. O objetivo óbvio dos fascistas, ao ganhar apoio entre os
vários elementos da sociedade, seria, naturalmente, tentar superar o
antagonismo de classe nas próprias fileiras de seus adeptos, e o chamado
Estado autoritário deveria servir como um meio para esse fim.
Depois da crise, a burguesia quer reconstruir a economia capitalista.
Nas atuais circunstâncias, a reconstrução da dominação de classe
burguesa só pode ser conseguida às custas da exploração impiedosa do
proletariado pela burguesia. A burguesia tem plena consciência de que os
socialistas reformistas de fala mansa perderam gradativamente seu
controle sobre o proletariado, e que não haverá nada para a burguesia,
mas recorrer à violência contra o proletariado. Eles precisam, portanto,
de uma nova organização de violência, e isso é oferecido a eles pelo
confuso conglomerado do fascismo.
Baseado no texto "Fascismo" de Clara Zetkin, escrito em 1923, adaptado pela página A Moral Revolucionária (no facebook) às condições históricas atuais.
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