terça-feira, 18 de junho de 2019

O surpreendente “Pavão Misterioso” na literatura.

A sombra de um animal vaidoso ronda a República. A chamada ala ideológica (de um governo eleito para combater a ideologia), agora cria um personagem chamado “Pavão Misterioso” que, segundo ele, comunistas remanescentes da antiga URSS, estariam financiando o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, para desestabilizar a Lava Jato. Em poucas horas deste último domingo (16 de junho), o perfil somou mais de 20 mil seguidores (bolsominions), ocupou os trending topics mundial e nacional, teve o conteúdo compartilhado nas mídias bolsonaristas e, assim como havia sido criado, num passe de mágica deixou de existir.


Só para lembrar, “Pavão Misterioso” é um romance de cordel clássico, que relata a história de amor entre João Evangelista e a condessa Creuza. Inspirou uma canção de Ednardo, enorme sucesso em 1976, cuja letra A Raposa Preppie publica.

Pavão misterioso
Pássaro formoso
Tudo é mistério
Nesse teu voar
Ai se eu corresse assim
Tantos céus assim
Muita história
Eu tinha prá contar...
Pavão misterioso
Nessa cauda
Aberta em leque
Me guarda moleque
De eterno brincar
Me poupa do vexame
De morrer tão moço
Muita coisa ainda
Quero olhar...
Pavão misterioso
Pássaro formoso
Tudo é mistério
Nesse seu voar
Ai se eu corresse assim
Tantos céus assim
Muita história
Eu tinha prá contar...
Pavão misterioso
Pássaro formoso
No escuro dessa noite
Me ajuda, cantar
Derrama essas faíscas
Despeja esse trovão
Desmancha isso tudo, oh!
Que não é certo não...
Pavão misterioso
Pássaro formoso
Um conde raivoso
Não tarda a chegar
Não temas minha donzela
Nossa sorte nessa guerra
Eles são muitos
Mas não podem voar...
 
Compositores: Ednardo
Letra de Pavão Misterioso © M.W.M. LTDA.

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Dicas de como ler vários livros ao mesmo tempo

A pedido de muitos usuários de Youtube, a youtuber Débora G. Barbosa quis compartilhar meu método de leitura para poder fazer sentido de vários livros ao mesmo tempo. Tudo para ser bem feito precisa dedicação por isso não se esqueça de tirar um tempo todos os dias para praticar a leitura!

Distopias de nosso tempo

Hoje a Raposa Preppie destaca os principais livros distópicos numa sociedade que atualmente está se transformando numa semelhança incrível.

George Orwell e seu 1984.

* 1984: Ao lado de A Revolução dos Bichos, o livro 1984 é um dos mais famosos de George Orwell. A obra já ganhou versões de filmes, minisséries, quadrinhos, traduções para 65 países, e uma polêmica fama, que não é à toa! Em seu último romance o autor criou um personagem chamado Winston, que vive aprisionado em uma sociedade completamente dominada pelo Estado. Essa submissão ao poder, é relatada, inclusive, na rotina desse personagem, que trabalha com a falsificação de registros históricos a fim de satisfazer os interesses presentes. Winston, contudo, não aceita bem essa realidade, que se disfarça de democracia, e vive questionando a opressão que o partido e o Grande Irmão exercem sob a sociedade. A inspiração do livro vem dos regimes totalitários dos anos 30 e 40 e, é assim, sob a ótica da ficção, que o autor faz com que seus leitores reflitam sobre o sistema de controle, que depois de tanto tempo ainda é muito questionado.

Fahrenheit 451

* Fahrenheit 451: A obra de Bradbury descreve um governo totalitário, num futuro incerto mas próximo, que proíbe qualquer livro ou tipo de leitura, prevendo que o povo possa ficar instruído e se rebelar contra o status quo. Tudo é controlado e as pessoas só têm conhecimento dos fatos por aparelhos de TVs instaladas em suas casas ou em praças ao ar livre. O livro conta a história de Guy Montag, que no início tem prazer com sua profissão de bombeiro, cuja função nessa sociedade imune a incêndios é queimar livros e tudo que diga respeito à leitura. Quando Montag conhece Clarisse McClellan, uma menina de dezesseis anos que reflete sobre o mundo à sua volta e que o instiga a fazer o mesmo, ele percebe o quanto tem sido infeliz no seu relacionamento com a esposa, Mildred. Ele passa a se sentir incomodado com sua profissão e descontente com a autoridade e com os cidadãos. A partir daí, o protagonista tenta mudar a sociedade e encontrar sua felicidade.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Aulas de inglês básico para viajar

Nesse vídeo a youtuber Débora G. Barbosa juntou o básico necessário para quem está prestes a viajar para o exterior.

quarta-feira, 5 de junho de 2019

Haicai de Drummond

"Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser 'gauche' na vida".


Carlos Drummond de Andrade


domingo, 2 de junho de 2019

Poemas

"Strani amori fragili
Prigionieri liberi
Strani amori mettono nei guai
Ma, in realtà, siamo noi"


"Amores estranhos, frágeis
Prisioneiros livres
Amores estranhos que nos colocam em problemas
Mas, na realidade, somos nós"

Resistindo ao fascismo (parte 5)

O livro.
Talvez seja o caso portanto de radicalizar a luta, ou pelo menos aperfeiçoar os instrumentos de combate. E por isso vem a calhar “Um guia PUSSY RIOT para o ativismo” (editora Ubu), livro de Nadya Tolokonnikova, a integrante da banda russa de punk rock que passou quase dois anos presa na Mordóvia.

Entre textos teóricos (longe de chatos) e exemplos práticos e inspiradores, a mais famosa das pussy riots sugere 10 regras básicas para tocar fogo no cabaré (no livro, cada qual é um capítulo). Ei-las:

Regra nº 1: Seja Pirata.
“Busque uma verdade que rompa com os limites e as definições já existentes.”
Regra nº 2: Faça você mesmo.
“Tente. Consiga. Fracasse. Não espere que alguém diga a você o que deve fazer.”
Regra nº 3: Recupere a alegria.
“Sorria como um ato de resistência. Ria na cara dos seus carcereiros. Convença seu carrasco a acreditar no que você acredita. Convença os policiais de que eles deveriam estar do seu lado. Quando o exército se recusa a atirar na multidão de manifestantes, a revolução vence.”
Regra nº 4: Faça o governo cagar nas calças.
“Aqueles que detêm o poder precisam viver com medo. Com medo do povo.”
Regra nº 5: Seja um delinquente artístico.
“A arte é uma máquina de fazer milagres. Cria realidades alternativas, e isso é extremamente útil quando temos uma crise e nos deparamos com a falta de imaginação política.”
Regra nº 6: Identifique os abusos de poder.
“Putin condenou o Pussy Riot por dançar em uma igreja e proteger os direitos das mulheres, prometendo salvar o cristianismo de bruxas diabólicas como nós.”
Regra nº 7: Não desista fácil. Resista. Organize-se.
“Encare as cicatrizes como medalhas de honra ao mérito.”
Regra nº 8: Escape da prisão.
“Se quisermos que as pessoas parem de ter medo da polícia, precisamos de um equilíbrio de direitos que permita que os cidadãos comuns também tenham a capacidade de prender policiais.”
Regra nº 9: Crie alternativas.
“Além de resistir, crie modelos, normas e instituições que não sejam convencionais nem ortodoxas. É preciso recuperar a capacidade de sonhar, de imaginar e de criar futuros alternativos.”
Regra nº 10: Sejamos pessoas.
“O feminismo é uma ferramenta libertadora que pode ser utilizada por homens, mulheres, pessoas trans, queer, agênero. O feminismo permite que eu diga: eu me comporto como prefiro e como me sinto, eu desconstruo papéis de gênero e brinco com eles, eu faço as misturas que quero. Os papéis de gênero são paletas de cores, não amarras.”

Todas as regras estão no livro.

“De acordo com o processo criminal”, escreve Nadya em seu Guia, “entramos na igreja e começamos a sacudir o corpo diabolicamente, pulando, chutando as pernas para o alto e sacudindo a cabeça”. À manjada dança dos punks dá-se o nome de pogo. Durou 40 segundos. E rendeu a Nadya, hoje com 30 anos, e sua colega de banda Maria Alyokhina um ano e nove meses de cadeia.
Nadya foi enviada a uma colônia penal na Mordóvia, “uma terra de pântanos e prisões, onde criam vacas e detentos. As vacas têm bezerros e dão leite, enquanto os presos costuram uniforme. (…) Trabalhávamos de dezesseis a dezessete horas por dia, das sete e meia da manhã à meia-noite e meia. Dormíamos quatro horas por noite. Tínhamos um dia de folga a cada mês e meio”.
Depois de deixar a cadeia, Nadya tornou-se uma militante na luta por melhores condições para os presos. “O sistema prisional moderno, na estrutura vigente na Rússia, nos Estados Unidos, na China, no Brasil, na Índia e em muitos lugares – como uma ilha onde a tortura é legalizada –, deve ser destruído. Ponto final.”

Membras do movimento FEMEM

Lembrando que o Pussy Riot é uma banda punk feminista criada na Rússia em 2011 por seis amigas. Ficou mundialmente conhecida ao improvisar um concerto-surpresa no interior da catedral da Igreja Ortodoxa Russa em Moscou.