quarta-feira, 24 de junho de 2020

Você sabe quem foi Mahommah Gardo Baquaqua?


Bilíngue, ele foi escravizado no Brasil, conseguiu fugir e virou escritor.

Baquaqua nasceu livre, no século XIX onde hoje fica o Benin, na África, e em 1845 chegou ao Brasil dentro de um navio negreiro. Passou os dois anos seguintes trabalhando forçadamente em diversos estados brasileiros. O africano foi vítima do tráfico internacional de escravos em 1845, quando a prática já havia sido criminalizada no Brasil. Segundo os historiadores, sua condição de escravo no país nunca foi legal.
Já era bilíngue quando foi capturado em uma guerra na África. Sua família era muçulmana, e ele falava árabe e ajami, língua local de Djougou, sua cidade natal.
Seu 1° destino foi Pernambuco, onde ele foi comprado por um padeiro português. O padeiro o obrigou a construir um prédio de pedra. Baquaqua tentou fugir, tentou cometer suicídio e cogitou matar seu dono, porque ele era muito cruel. Por fim, o dono não gostava dele e o vendeu porque estava criando muitos problemas.

Foi vendido p/ um capitão de um barco no RJ. Mas o capitão também era cruel e o espancava muito. Baquaqua sempre quis resistir, lutar, escapar, e teve a oportunidade quando seu dono o levou a NY com um carregamento de café.

Os documentos mostram que, depois de reconquistar sua liberdade nos Estados Unidos, Baquaqua passou uma temporada no Haiti, onde aprendeu a falar francês e o criolo haitiano. Ele também viveu no Canadá e chegou a estudar, entre 1850 e 1853, na Faculdade Central de Nova York.


Baquaqua, em 1854, publicou um relato autobiográfico sobre sua condição de escravo chamado “Uma narrativa interessante. Biografia de Mahommah G. Baquaqua. Em 2018, a biografia de Mahommah Baquaqua foi apresentada como enredo no carnaval pelo G.R.E.S.V. Recanto do Beija-flor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário