domingo, 17 de março de 2019

Samba de Orly atualizado

Vai meu irmão
Pega esse avião
Você tem razão
De correr assim
Desse frio
Mas beija
O meu Rio de Janeiro
Antes que um aventureiro
Lance mão
Pede perdão
Pela duração (Pela omissão)*
Dessa temporada (Um tanto forçada)*
Mas não diga nada
Que me viu chorando
E pros da pesada
Diz que eu vou levando
Vê como é que anda
Aquela vida à toa
E se puder me manda
Uma notícia boa.”
[1]



Gente é muito bom, gente deve ser o bom, tem de se cuidar, de se respeitar o bom. Está certo dizer que estrelas estão no olhar de alguém que o amor te elegeu pra amar. Gente viva, brilhando estrelas na noite. Gente quer comer, que ser feliz, quer respirar ar pelo nariz. Não, meu nego, não traia nunca essa força não, essa força que mora em seu coração. Gente lavando roupa, amassando pão. Gente pobre arrancando a vida com a mão.
No coração da mata gente quer prosseguir, quer durar, quer crescer, quer luzir. Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome. Gente deste planeta do céu de anil. Gente, não entendo. Gente nada nos viu. Gente espelho de estrelas, reflexo do esplendor. Se as estrelas são tantas, só mesmo o amor. Gente espelho da vida, doce mistério.
Vida, doce mistério…” [2]
[1] BUARQUE, Chico, TOQUINHO e MORAES, Vinicius de, “Samba de Orly” (versos originais vetados pela censura). [2] VELOSO, Caetano, “Gente”.

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