sexta-feira, 31 de julho de 2020

Sonhando com a bruxa molhada de paixão

Acabaram de me dizer: "Pra que tanto ódio com um pobre garoto tentando publicar sua arte?" A arte: "História com personagem bruxa que fica mais poderosa a cada estupro que sofre".



Bom, eu aposto que, pela sensibilidade da proposta, o dito "artista" é homem. Se for mulher, acho ainda pior. Poderes de Bruxa intensificados por estupros?! Primeiro alerta: cultura do estupro escancarada (pq a vítima está pedido, p/ aumentar os poderes. E já vimos que não entende nada de bruxaria que é algo muito conectado ao empoderamento feminino. Parabéns pelo plot de merda! Fez um grande desserviço às mulheres e à humanidade!

Comentário de uma seguidora no twitter

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Memórias de Leocotea

Leocotea
Tinha uma certa raiva por uma pessoa há tempos atrás que me fizera crer que tinha me roubado algo que julgava ser mais precioso. Era uma pessoa, estava enamorada por ela mais jamais (por cegueira, minha) me conter ou ao menos negar o amor que sentia por ela e por isso não só a solidão ao me afastar e responsabilizar as duas pelos males que sentia naquele momento. Pois bem, isso passou a tanto tempo que ultimamente a pessoa amada h'algum tempo deixou a ser o meu norte. Já tinha de fato, mas outro fracasso amoroso havia, inevitavelmente, me recolocado ao ponto de partida. Nunca houve, entretanto, um reencontro e julgo que nem haverá pois acredito que essa pessoa deve ter casado e está com vida estável.

Por outro lado, essa segunda pessoa voltou recentemente a cruzar meu caminho como um gato vadio com quem deseja algum alimento ou alegrar a vida. Deixei ficar pois a cada ano que passa tenho, por meio do trabalho e das agruras da vida colecionado uma série de doenças que justificam a minha quarentena e curiosamente me lembrei do aniversário dela e também é de meu conhecimento em particular um blog onde ela tinha publicado alguns de seus poemas (este abaixo). Seu poema, Nostalgia, exemplifica o significado de nossas miseráveis vidas presos em casa, evitando o contágio, relembrando tempos que podem nunca mais voltar e percebermos como caminhos entrecruzados poderiam nos ter feito outras opções, outras escolhas que infelizmente o passado não pode trazer de volta.

Como hoje é aniversário dela e no último ano, justamente quando nos encontramos uma última vez, foge na memória alguns traços de que ela (de alguma maneira) gostava de mim mas não desejava se abrir, sair do confinamento que seu dever ao trabalho não queria revelar. Publico este poema dela pois de certa forma, também expressa meu sentimento aos tempos vividos por ela.

Nostalgia

Sinto saudade.
Saudade do tempo em que o seu sorriso preenchia o meu dia.
Saudade do cheiro de terra molhada.
Do orvalho da manhã.
Saudade de tempos os quais não me lembro, mas tenho certeza de que vivi. Saudade da minha cama, do café fresco, do pão quentinho.
Tenho saudade de quando eu não precisava forçar o sorriso.
Saudade.
Saudade do cheiro, da voz, do olhar.
Saudade de um toque que nunca senti, do beijo que nunca provei.
Tenho saudade de tantas coisas.
Saudade da brincadeira no parque e do sorvete no shopping.
Saudade dos livros, do cinema.
Saudade de quem me amou.
Saudade de quem nunca me amou.
Saudade do sorriso tímido, mas sincero.
Saudade da inspiração, dos sonhos e da amizade.
Apenas saudade.


F. MOTTA

domingo, 26 de julho de 2020

Mais uma de Drummond

Amar o perdido deixa confundido este coração. Nada pode o olvido contra o sem sentido apelo do Não. As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão. Mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão. (Carlos Drummond de Andrade)

sábado, 25 de julho de 2020

Destaques galegos no padroeiro

A Raposa Preppie oferece nesse dia do padroeiro da Espanha e da Galicia (São Tiago Maior) dois livros infanto-juvenis da série Merlin da editora Xerais com sua devida sinopse para o público brasileiro conhece-las.

A filla do ladrón de bicicletas de Teresa González Costa (Autor), Jacobo Fernández Serrano (Ilustrador): Serafina, que é filla dun ladrón de bicicletas, vive coa súa tía, dona Perfecta, nunha vila mariñeira. A súa máxima aspiración é ser equilibrista nun circo con Celerífera, a bicicleta coa que consegue abraiar, e cara a iso van enfocados todos os seus esforzos, aos que non serán alleos nin a axuda do vello Elías nin as dificultades que lle ocasionan a panda de Martiño o Bravo. O xurado da XXVª edición do Premio Merlín de Literatura Infantil outorgou o seu recoñecemento a esta primeira novela de Teresa Gonzalez Costa salientando "a perfecta combinación de tenrura e humor dunha historia cuxo fío condutor é unha bicicleta que se converte en personaxe, á beira da protagonista, e que guía con eficacia o desenvolvemento da historia". A filla do ladrón de bicicletas foi ilustrada por Jacobo Fernández Serrano e recomendada para lectores de 11 anos en diante.

As flores radioactivas de Agustín Fernández Paz (Autor), Miguelanxo Prado (Ilustrador): Un estraño resplandor aparece no mar, nunha área coñecida como Fosa Atlántica. Nesa zona, durante ben de anos, varios países europeos mergullaron os residuos radioactivos das súas centrais nucleares. Cando a OTAN envía barcos ao lugar, descóbrese algo sorprendente que as autoridades ocultan para non provocaren alarma entre a poboación. Alba é unha rapaza que se sente intrigada polo misterio e desexa coñecer a verdade. Tras introducirse como polisón no barco, viaxará á zona cunha expedición organizada por un grupo ecoloxista. Iníciase así unha aventura que acabará tendo unha repercusión mundial. As flores radioactivas é unha novela crítica coa destrución da natureza e a manipulación informativa. Un relato que aposta por un mundo máis xusto e en paz.

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Censura de livros baseado nos impostos

Do blog de Anselmo Gois:

Paulo Guedes é um intelectual capaz, como ele disse certa vez, de ler o britânico Keynes (1883-1946) “três vezes no original”. Mas, na sua proposta de reforma tributária, decidiu taxar a comercialização de livros em 12%, no lugar do PIS/Cofins.
Só que uma lei de 2003 deixa claro que as receitas com as vendas no mercado interno de livros não pagam estes dois tributos.


Em tempo... 
O Brasil deve ser o único país do mundo onde a Cultura é vista pelo governo, talvez, como uma coisa menor — ou até mesmo ruim.

Sextou humor

Se possível o blog A Raposa Preppie apresentará todas as sextas-feiras a seção Sextou humor sempre com frases ou poesias engraçadas... vamos a elas.

A raba.

Hoje acordei com essa poesia na cabeça: E ela vem Sacolejando a raba na frente do seu neném Quer botadona braba? Isso eu vou te dar também Só botadona, meu bem, só botadona, meu bem

domingo, 19 de julho de 2020

Destaques da Pinguin Company

Livros da Pinguin Company
As duas citações são de dois livros da coleção da Pinguin Company

"Sobre os continentes amarelos e verdes que emergiam dos mares tinham eles inscrito nomes mágicos: América, Terra Florida, Terra do Brasil."
Livros
1ª parte: Suave é a noite (razoável), 2ª parte: Orlando (boa), 3ª parte: Robinson Crusoé (muito boa)

O que eu esperava: o "Orlando" da Virginia Woolf O que eu encontrei: a Nicole Warren de "Suave é a noite" do Fitzgerald E ainda não sei se estou gostando ou não do livro...

"Nasci na Itália, a 17 de maio de 1279, num palácio da cidade de Carmona. Minha mãe morreu logo após o meu nascimento."
Livros
O que eu esperava: na página 89 começa a parte "orlando" da trama! E é bem mais interessante do que o inicio "suave é a noite".


sábado, 18 de julho de 2020

Destaques literários de julho '20

Aqui publicamos dois livros que foram tema de indicações pela Folha de São Paulo sobre temas a ler durante a quarentena. A Raposa Preppie aproveita e indica a seus leitores com suas respectivas resenhos na Amazon:


Você já imaginou ser capaz de atravessar portais do espaço-tempo, fendas que abrem possibilidades de múltiplos futuros? Movendo-se mais rápido que a velocidade da luz para universos paralelos, este livro o levará até o futuro e também ao passado, experimentando fatos históricos e a relatividade do tempo cronológico. A história começa em uma cidade do Brasil, mas poderia ocorrer em qualquer outro lugar do mundo. Todos os jovens do local acordam infectados com uma misteriosa doença: perderam a capacidade de imaginar, de ter desejos, de criar e de acreditar em si mesmos. Já pensou? Não conseguem mais enfrentar frustrações. Conseguirão sobreviver e recuperar a imaginação e a criatividade, na busca de ultrapassar os limites da condição humana?

Pequena aldeia no Alentejo, interior de Portugal, Galveias é onde nasceu José Luís Peixoto. A partir de suas memórias de infância, o autor constrói neste romance o universo de um lugarejo quase parado no tempo, que subitamente se vê diante de um imenso mistério. Com grandes histórias e um elenco de personagens admiráveis, ele traça um retrato da vida rural portuguesa no início dos anos 1980, que vivia então um embate entre a tradição e a inevitável chegada da modernidade, em um momento economicamente difícil para o país. Um livro essencial para compreender a identidade lusitana no mundo contemporâneo. “Peixoto tem uma extraordinária forma de interpretar o mundo, expressa pelas suas escolhas certeiras de linguagem e de imagens.” - Times Literary Supplement

domingo, 12 de julho de 2020

Resposta a um "escritor"

Aqui deixo uma resposta ao filosofo Henry Bugalho sobre uma questão que apareceu em sua conta no youtube e explecita de que maneira a nossa educação no geral é má administrada:

Sério, tem uma coisa que preciso desabafar. Tem gente que, ao se referir a mim, diz que sou "escritor".
Já escrevi mais de 26 livros, 4 publicados por editoras comeciais, 1 deles em inglês por uma editora nos EUA, contos publicados em revistas brasileiras e americanas, contos finalistas em concursos literários, um dos meus livros vendeu mais de 50 mil exemplares e foi matéria de inúmeras reportagens, já organizei oficinas e cursos de escrita criativa, meus textos já foram citados em trabalhos acadêmicos, já vivi exclusivamente da venda dos meus livros por alguns anos, poucas semanas atrás um dos meus livros estava na segunda posição dos mais vendidos da Amazon, e atualmente escrevo para uma importante publicação brasileira.
O que me incomoda não é o fato de alguém desconfiar que eu seja escritor depois de quase 20 anos de carreira.
O que incomoda é a tática de destruição de reputação para algo tão ridículo que uma simples busca no google já desmontra que é falso.
E falo isto porque muita gente não compreende porque seus parentes estão agora acreditando em curas milagrosas para o COVID propagadas nos Whatsapp.
As pessoas não se importam com a verdade, ou simplesmente querem ser enganadas. Se elas são capazes de negar fatos facilmente verificáveis, imagina quando falamos de outros assuntos que estão mais na esfera da interpretação.  É isso.          (Henry Bugalho)

Minha resposta:

Isso é resultado do pouco de investimento ou o plano claro de destruição na educação com o viés ideológico de manter a sociedade como está, controlada, como um gado em si. Percebi isso nos nos 90 ao começar a estudar para os vestibulares. O que se aprende numa escola particular mesmo na capital não serve pra nada nem mesmo para vestibulares. O ensino é desencorajado, os professores são mal pagos e mal tratados. E o ensino público é ainda pior, nenhuma valorização. Para quem sai das universidades, hoje em dia, é uma formação sem base com formandos sem ou falta de cultura acadêmica e quando se tenta argumentar um assunto é sempre mal interpretado ou até desrespeitado.
Com tudo isso, é natural que as pessoas se acostumem com a linguagem de memes, uso de redes alternativas como whatsapp, até mesmo nas redes sociais serem aprisionadas pelas elites que querem aprisionar os tais "brasileiros médios". Isso tudo é orquestrado desde a ditadura. Eliminaram o latim, a filosofia, a sociologia e, nem o resto do currículo é compensado pois as matérias restantes acabam sendo redundantes ou entram com a desculpa de que devia se ensinar o que apenas serve ao mercado de trabalho. Ou seja, querem apenas formar robôs obedientes sem pensamento crítico e é aí que entra na conversa absurdos como "escola sem partido", "ideologia de gênero" ou até mesmo o tal marxismo/olavismo cultural que não serve para nada no ensino médio e universitário. Querem apenas preencher visões estapafúrdias para controlar a sociedade através das redes sociais, dos memes e dos fakes news.
Parece fácil para um brasileiro médio quando se depara com alguém que a primeira vista encontra um filosofo como você, Henry, o encare como apenas um escritor.

Assim nos parece fácil percebermos qual é o problema com a educação de uma maneira geral, como os governantes, desde a ditadura, tem o hábito da não valorização dos profissionais de ensino, na eliminação das matérias que ensinam o nosso senso crítico e até o nosso caráter e as tentativas de doutrinação de correntes de esquerda/direita que submetem estudantes para uma completa dominação onde as pessoas só terão um objetivo na vida pós-pandemia: em obedecer e consumir. Deixo aqui a minha crítica.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Aviso aos seguidores d'A Raposa Preppie

Holocausto Brasileiro de Daniela Arbex

Vítimas da negligência do Estado, essas pessoas eram internadas e eram submetidas a situações de extremos maus tratos e péssimas condições de higiene. O documentário homônimo, inspirado no livro, será exibido esta madrugada, 09/07, às 00h20, no canal Cinemax.